Então eu percebi que meus pés estavam andando sem minha conscientização para longe dele, quer dizer, não só os meus pés, os meus olhos também agiam por conta própria, chamando a atenção para minha maquiagem derretida em minha face. Acho que deveria, pelo menos, estar chovendo para meu rosto ter este disfarce. Que dia mais injusto!
"Por quê tudo acabou?" - Perguntava-me várias vezes enquanto andava sem rumo.
Nesse momento involuntário não conseguia, se quer, lembrar o motivo. Acho que a minha falta de amor o sufocou de dúvidas. Mas [...] por que eu, eu mesma, estou sofrendo? Eu que o fiz sofrer, isso é apenas um reflexo de minha falta de compaixão. Confesso que me diverti fazendo-o confuso, mas agora eu sofro. Sofro na alma. Agora ninguém mais se diverte. Nem eu e muito menos ele. Acho que enquanto me divertia não havia pensado nas consequências futuras, como por exemplo: o nosso fim. Por que eu insisto em falar "nosso"? Não havia mais: "nós", e muito menos: "nosso".
Aposto que a irrelevância relacionada ao nosso fim também o surpreendeu. O calor de suas últimas palavras ainda me atormentavam enquanto eu andava e no momento do fim, elas me congelaram, fazendo-me perder a fala, o pensamento e a respiração. Fiquei em estado de choque, talvez seja por isso que meus pés resolveram me tirar dali. Creio que tivera sido uma tática para proteger-me daquele menino que mexeu com minha estrutura emocional.
Agora andando em meio a rua sem ligar para os olhares assustados dos outros em meu lápis de olho que não é aprova d'água, eu só consigo me lembrar dele dizendo com um toque de doçura que partiu meu coração e fazendo-me, naquele exato instante, arrepender-me de tudo que ele havia passado. Ele havia dito: "Adeus, minha pequena. Eu sempre te amarei".
E foi nesse momento, nem sequer um segundo após que sua última fala foi citada por aqueles lábios tão bonitos e doces, que meus pés decidiram me proteger e eu saí de lá, sem olhar para trás e sem dizer uma palavra.
ESSA HISTÓRIA É FICTÍCIA, OU SEJA, FOI CRIADA / INVENTADA POR MIM.
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